segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O reforço indevido: a razão anuladora de inocência e a escolha do seu próprio demérito.

O comportamento humano é justamente aquilo que menos é conhecido na generalidade. Enquanto a humanidade não olhar para si, não poderá se entender, nem de forma isolada, ou seja, em seu aspecto mais particular e obscuro, ou em seu reflexo social. E uma opinião pública que não reage sobre si, se permite ser subjugada por qualquer tipo de ideologia e condução que os levem para longe de seu autocontrole.

Existe uma representação inseparável dos homens em sua evolução social. Trata-se de uma evolução histórica e social da aquisição e exteriorização da linguagem. A Humanidade do inicio das coisas até o homo sapiens vem exercitando a massa cinzenta com a aquisição da abstração por sinais, símbolos e códigos, representação artística e cultural daquilo que é introspectivo, determinantes de uma visão de mundo, uma opinião sobre a natureza, evoluído para uma opinião de sobrevivência, seguindo a observação social. Homens criaram meios para facilitação de seus afazeres. Enquanto evoluiu, dominou sobre a natureza e passou a transforma-la segundo suas vontades. A cultura é tudo aquilo que expressa domínio humano sobre a natureza ( hoje, quem cria a cultura domina sobre os homens). Também é, além de objetivação da exposição axiológica que cria e elege entre as mais nobres, a vontade de expressar aquilo que elaborou. A sua postura mudou, passando primeiro a erguer-se sobre os pés por necessidade, depois disto desfrutou a descoberta da dominação. Depois que dominou o uso do polegar, passou a dominar sobre outros. O maior erro dos homens foi considerar sua capacidade de dominação para aqueles animais que possuem a dadiva da razão. Demérito constante e firmado dos homens durante as gerações é seu papel de lobo de si.

Depois da tração animal, o domínio sobre a natureza, o homem se sedentarizou, e o fez em uma estrutura onde o homem dominou sobre outros e sobre a mulher. A sociedade antiga era em regra patriarcal, onde a mulher era vista como coisa ou nem mesmo ao nível de objetos. Nisto cresceu o rompimento com o mito. A ciência se instalou. Aristóteles o primeiro cientista da história. Assim considerado pela sua metodologia de aplicação. Todos esses mecanismos são pilares da estrutura social ocidental. Tudo isto é a herdade que nossa sociedade adquiriu. 

 Nossa sociedade é estruturada num pensamento onde existem dois paralelos de ensino por reforço e punições. A ciência descobriu itens estruturais de diversos sistemas no planeta terra. Da matemática à medicina, estudo de corpos humanos, descobrir que além do coração e rins o cérebro é o comando do corpo humano. Força gravitacional, enfim, ajudaram o homem a crescer em direção ao conhecimento do que há. É uma ignorância usar a ciência para negar Deus, e usar a religião para negar a ciência. Nicolau Copérnico, homem que elaborou a teoria de que o Sol é o centro do universo era religioso, católico. Isaac Newton foi criado na doutrina protestante e passou mais tempo estudando a bíblia do que descobrindo a teoria da queda da maçã. O homem que elaborou a doutrina conhecida como o tomismo, que elencou a ideia de justiça comutativa, distributiva e justiça social, que influenciou o pensamento moderno e contemporâneo a respeito dos direitos do homem e do cidadão, e após este a declaração universal dos direitos humanos foi São Tomás de Aquino. O primeiro homem que igualou escravos e senhores homens e mulheres, conferindo valor igual perante Deus foi o próprio Jesus de Nazaré. Antes dele, homens pensaram todo o tipo de doutrina, ideologia, reflexões pela razão, a busca pela própria razão, mas o fundamento dos direitos que se busca respeitar hoje sobre o s homens e mulheres veio por Jesus. Antes, pelo helenismo que dominava o mundo, mulheres, escravos e não cidadãos não possuíam seu espaço em direitos não. Após isto, na idade média, com a criação decorrente do direito de habeas corpus, as pessoas passaram a ter direito sobre seu próprio corpo. Não falo da igreja que centrava seu conhecimento em seu próprio clero e que até pouco tempo falava suas missas em latim para que o povo não reconhecesse a doutrina que achavam seguir. Não falo da farsa da inquisição. Digo que, após um dado momento da história da humanidade, não se desvinculava mais ciência e religião dos pilares norteadores das sociedades. A população, um grupo, um conjunto de pessoas sempre demonstram sua sede de ter um segmento e nisto se organizam.

Na história humana houveram épocas de guerras, lutas, opressões, brigas, manipulações. Na filosofia o homem passou a olhar para si pela reflexão. Um dos pilares do Cristianismo é fazer com que o homem analise-se a si mesmo, como diz nos evangelhos. Diante disto, o poder estava conferido na razão de qualquer que se dispusesse a se determinar. Porém, quem reconheceu isto fez e faz com que quanto menos todos agem por esta diretriz melhor para ser dominado. Uns fazem uso desta percepção para o mau. São os aristocratas, os totalitaristas, que até hoje estão presentes em “plena democracia”. Já haviam homens como os já citados, e além deles John Locke, afirmando que o poder de legislar e de executar são distintos. Barão de Montesquieu, em decorrência afirmou e estabeleceu sua doutrina da divisão do poder. Rousseau estabeleceu um contrato social entre poder e o povo. Abraham Lincoln, primeiro presidente dos EUA, afirmou que o poder é do povo, pelo povo e para o povo. Tudo isto trata-se de exemplos de reforços positivos para o crescimento e avanço da humanidade.

 Já outros aplicam a punição para o domínio da massa. Quando o povo aprende o que é bom e não executa-o para o seu bem, a punição serve como educador destes. Quando o povo viu todos esses feitos que apelam para a liberdade sem deles tomar a posse que lhe cabe, homens mal intencionados aplicam a punição social do contorno necessário para que o povo, por coação psicológica da autoridade, os obedeçam. Essas doutrinas sempre estão em paralelo com a liberdade de que o homem sempre buscou desfrutar. Desde antes, servir a Deus que abençoa e faz milagres é uma busca pela liberdade das opressões terrenas. Muitos afirmam suas experiências espirituais inegáveis e afirmam firmemente aquilo que experimentaram. Homens que buscaram romper com o mito da natureza para domina-la, buscaram a liberdade de não depender das estações para manter-se, para contornar as dificuldades das predisposições naturais. Quem busca sua felicidade, independente do que eleja ser esta para si, busca sua liberdade.

Uma verdade do homem é sentir ameaça diante de outro homem. Enquanto houverem objetivos entre nós, haverão contrarias forças que nos oporão à metas estabelecidas. Na psicologia social, analisa-se a condição social que fazem de uma certa parte um verdadeiro organismo que funciona como um corpo em ciclo de sobrevivência. Enquanto houver um líder, sempre haverá liderado ou liderados. A função social de um completa-se com a de outro dentro do organismo social em que vivem. Diante disto, juntamente com o surgimento da antropologia e a sociologia, o homem vem sendo estudado de uma forma mais complexa. O conhecimento é um dos componentes históricos que são herdáveis. A linguagem é o caminho dessa herdade. Os valores são elegíveis, portanto mutáveis. Na psicologia social, um corpo que funciona deve reconhecer as partes que o compõe. Isto porque não há parte de um contexto que desconecte-se do efeito macro e que influencie no macro.

Os valores dos homens em decorrência dos anos vem sendo baseados pelas influências ideológicas principais que os norteiam. Se no passado haviam guerras e sangues derramados, hoje também há. Se antes havia um senso de respeito pelo corpo conjunto, pilares éticos, hoje muito menos. É uma verdade que a sociedade mais recente sempre discorda de posturas daqueles que os antecederam. Logo, a lei da sociedade não é evoluir, e sim modificar-se. Porém, um povo que possui acesso à informações mais do que possuem acesso à comida deveria cobra-se a evolução qualitativa. Um publico que reconhece o que significa valor, ética, que estuda os direitos inerentes ao homem, porém insiste na miserabilidade que o acompanha é culpada de um peso maior do que a de outras épocas, por terem acesso à informações e possuir uma razão informacional mais apurada. Se antes matavam por que entendiam que esta era a maneira correta de aplicar-se a justiça, sem haver um Estado intermediador por via do processo para por fim aos conflitos entre as partes, hoje mata-se considerando o mal da morte em paralelo com o que também reconhecemos de valores e pilares de respeito e considerações. Ainda que munidos da plena razão do que significa atos hediondos, do que significa trafico de drogas, entre outros, acostumam-se com a ideia de que é necessária estas praticas. A escola da violência é Hollywood, os jogos que buscam a cada dia aproximar-se de um gráfico e um ambiente real, é jogos onde os jogadores podem escolher assumir o papel do bandido. A publicidade e a propaganda, o marketing indutor tem arrebatado os sentidos de raciocínio do público, levando-os a um caminho que os formam. O maior formador do caráter hoje é a guerra. Se olharmos bem, as tecnologias hoje que usamos, as novas classes de plásticos, a força atômica, a transmissão via satélite- ionosfera, a nanotecnologia, a comunicação apurada, os sistemas de vigilância, as maquinas de locomoção motorizadas foram formadas e aprimoradas em função da guerra fria. Te todo o conhecimento humano, em toda a sua existência, mais de 90% ocorreram nesta época. Charlie Chaplin em seu discurso no filme “ O Grande Ditador” afirmou que a tecnologia mais nos separam do que nos unem. Para um filme da primeira metade do século passado, informações bastantes reais, pois a nossa realidade atual é decorrente de um processo que ele iniciou viver naquele período. As redes sociais não são sociais, do contrário, são culturas de massa. E quando referimo-nos ao povo com o título massa, subtende-se que fazemos referência a um corpo de alienação. Estamos vivendo em um momento em que a povo não produz cultura, do contrário, a consome.

Quando mais a sociedade enxerga os produtos como meio de vida plena, as coisas como parte principal de sua existência , deixamos de ver na própria humanidade o seu valor principal. Nisto vemos uma educação indutora, direcional e intencional para estes fins: o reforço da alienação para a maioria e o mecanismo de punição para uns poucos que ousam defrontar esta lei funcional corporativa.




Por: Everson Cordeiro

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